quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bus to the future

int sala mesa

Lu (à esquerda) sentada numa cadeira à mesa e fazendo palavras cruzadas. Mac chega, coloca a mochila em cima da mesa e senta na cadeira à direita.

MAC
Não sabe o que me aconteceu!

LU
Se você não falar, nunca vou saber.

Mac abaixa a revista da frente de Lu e chama sua atenção. Lu olha para Mac e volta para a revista.

MAC
Fui para a parada e peguei o ônibus. Quando cheguei próximo de descer, fui passar à roleta. Então notei que estava sem dinheiro.

Sem tirar os olhos da revista, Lu pergunta.

LU
O que você fez?

MAC
O que qualquer pessoa normal faria. Esperei dar toda a volta e desci na mesma parada que entrei. Você acredita que tiveram a cara-de-pau de quererem me cobrar a passagem?

Lu tira os óculos, abaixa a revista sober a mesa e mira Mac.

LU
Óbvio que eles tinham que cobrar a passagem. Por que não cobrariam?

MAC
Ora, por que a finalidade daquela empresa não foi alcançada.

LU
Como assim?

MAC
Qual a finalidade da empresa? Transportes de pessoas. Eu não fui transportado a lugar nenhum. No final das contas, acabei no mesmo lugar. Apenas perdi duas horas de minha vida. Se fosse uma empresa de máquina do tempo, tudo bem. Eu teria avançado duas horas para frente no futuro. Não me importaria de pagar.

LU
Ãh? Viagem no tempo?

MAC
No fim das contas foi o que aconteceu. Eu entrei num lugar, e então, duas horas depois eu estava no mesmo lugar, sem ter feito nada de diferente. Avancei duas horas no tempo.

LU
Não, você perdeu duas horas na sua vida, é diferente. E mesmo que fosse uma empresa de viagem no tempo, como você iria pagar se você já não tinha dinheiro quando entrou no ônibus.

MAC
Dã. Se fosse uma empresa de viagem no tempo não seria um ônibus em que eu teria entrado.

Lu suspira, olha para cima e retoma o diálogo.

LU
Tudo bem, esquece o ônibus. Você teria dinheiro se estivesse entrando numa máquina de viagem no tempo.

MAC
Se eu fosse viajar no tempo, eu teria me programado melhor. Levaria o dinehiro correto para a época que eu iria. Imagina se eu chegasse em 1985 com cinco reais no bolso.

Lu suspira, olha para cima

LU
Estou tão cansada... isso não faz sentido. Daqui a pouco você vai falar de wormholes.

O rosto de Mac se ilumina com a idéia.

LU
Inferno, por que fui falar nisso?

MAC
Mas é verdade, imagine só...

LU
Pára um minuto. Nada disso faz sentido. Você não entrou num wormhole. Wormhole é uma região compacta do continuum espaço-tempo cuja fronteira é topologicamente trivial e cujo interior não está simplesmente conectado. Um ônibus não é um wormole. Praticamente, wormholes não existem! Você só perdeu duas horas de tua vida andando num coletivo fedorento e provavelmente passou vexame no final das contas por não ter dinheiro.

Mac fica pensativo

MAC
É, no fim foi isso que aconteceu.

LU
E provavelmente você queria que tivesse algum significado tudo isso em vez de admitir que você pagou um mico gigante, no ônibus.

MAC
É, foi por aí mesmo.

Lu volta-se para suas palavras cruzadas.

LU
Hum... pássaro europeu com 4 letras?

2 comentários:

  1. [NarnianQueen aqui :D]
    Desculpa, mas qualquer pessoa normal inventaria uma história digna de pena para incentivar as tias no banco de idosos te pagarem a passagem q fica a dica, funciona melhor que a teoria dos wormholes, hahaha.

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  2. Pessoas normais falam com outras nos ônibus?? aaaaaaaahhhh....

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