terça-feira, 31 de maio de 2011

Esses jogos de hoje...


Esta imagem serviu-me para lembrar uma conversa que já tive com alguns amigos: hoje em dia, só não vira um jogo quem não quer (ou quem não tem tempo para isso). Falávamos isso justamente enquanto um de nós jogava God of War 3 (um jogava e os outros analisavam as jogadas, com mais críticas do que conselhos... o que fazer? é jogo de um). Kratos, caía de um precipício, vinha a mensagem YOU ARE DEAD, para logo depois nosso anti-herói estar de volta tentando pular aquela parte difícil. Kratos era morto por Hércules... mesma coisa. São continues infinitos. O absurdo é tanto que, se em determinado ponto você morrer demais, surge uma mensagem perguntando se você não quer diminuir a dificuldade do jogo.
Provando que a história antigamente era diferente, havia um jogo que o próprio nome era uma ironia: The Immortal do Mega Drive. Immortal my ass, o cara morria por pisar em qualquer quadrado errado. Este foi, na minha opinião, um dos jogos mais difíceis já produzidos. Quem virou, realmente merece meu respeito. Outro que é interessante ressaltar é o Shadow of the Beast. Para começar o jogo não fazia muito sentido: você controlava um ser roxo, numa terra que parece ter saído de uma viagem de ácido de um hippie. Mas o maior problema é a dificuldade do jogo; você precisa enfrentar criaturas que voam por todos lados ou que cobrem metade da tela da TV com uma maravilhosa arma: um soco!!
As facilidades dos jogos de hoje são inúmeras: continues infinitos, vidas infinitas, munição infinitas, saves... Na minha época de início de gamer, lá nos anos 90, eram raros os jogos que tinham saves ou continues. Um que outro tinha o esquema do código, mas naquela época não tínhamos a facilidade da internet para usarmos estes cheats. Ficávamos a mercê das revistas mensais de videogames, torcendo para que eles respondessem a carta de alguém com a mesma dúvida que a nossa... A carta!!!! Éramos vítimas dos correios, não tinha e-mail. Nem tínhamos certeza se nossa carta ia chegar no destino. Que tranquilidade que é hoje, não? Você liga o computador e em segundos tem ou o código, ou o cheat ou até mesmo o save do jogo virado e com todas as armas, munições e roupas possíveis.
Lembro-me uma vez, em 1994, quando estava empacado no Maniac Mansion do Nes (carinhosamente chamado de nintendinho americano) e a única pessoa que sabia o que fazer morava há uns 10km da minha casa e não tinha telefone. Não tive dúvida, fui até lá só para saber o que fazer. E pior que não era pouca coisa. Não sei como, mas decorei tudo.
É, os gamers dos anos 90 eram heróis, pois precisavam virar seus jogos com muito suor e raça, diferente do que acontece hoje em dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário